sábado, 13 de setembro de 2008

Diáspora

Depois do casebre, o penhasco. Caminhei pelos meus subúrbios, pelas minhas margens. Uma diáspora pelas fendas. Caminhei até a porta aberta dos meus olhos onde só se via um menino nos seus trezentos e sessenta graus varando o horizonte. Ele cuspiu até o último refrão, raspou com palha de aço a pele morta, do bolso sacou seu buraco negro portátil, e nele desapareceu. Traguei o ar de verossimilhança nenhuma dessa ficção empurrada goela abaixo, no limiar da ilha, onde garrafas de SOS aportam. Tostei ao sol junto as utopias de verão refrescadas por refrigerantes. Regurgitei pelo mito, pela caverna, pela luz estroboscópica de hipertextos, pelos parafraseados. Dispertei sonâmbulo pelas beradas de arranha-céus babilônicos, de mãos dadas com o fascínio, com o fascínora, com o fascista ditador, com a boa publicidade.Procurei. Não encontrei. Não existem mais pára-lixos? Me encontrei na inutilidade. Larguei Sísifo ladeira abaixo iluminado pelo grande letreiro néon ofuscando tudo, iridescendo nada.

Crônico

A repetição
no vazio
se firma
reafirma
e não diz.



Muito lixo na veia,
empalhei!